domingo, 17 de outubro de 2010

Igreja versus Eleições 2010

O que está em jogo realmente, o futuro dos brasileiros ou o futuro da igreja?

Conceito 1: Igreja é uma instituição religiosa cristã separada do Estado.
Conceito 2: Estado é o conjunto das instituições (governo, forças armadas, funcionalismo público etc.) que controlam e administram uma nação - país soberano, com estrutura própria e politicamente organizado.

O brasileiro já enfrenta diversas dificuldades, impostas, de entender sobre política. Primeiro temos a Copa do Mundo estranhamente no ano das eleições Presidenciais. E também coincidentemente as discuções pré-campanha são durante os jogos do Brasil.

Em consequência da fortificação do mercado, a mídia mostra ou apresenta somente o que convém ao bolso dela e daqueles que a financiam, logo temos programações de massa e sem conteúdo. Os canais de tv e rádio que ainda possuem conteúdos aproveitáveis estão sumindo, ou sendo engolidos pelo capital, não por que querem, mas por que precisam. E assim é o povo brasileiro, não querem precisar de dinheiro, buscam conhecimento quando não precisam buscar o seu sustento.

Eis que temos o Brasil, com uma minoria que manda na maioria. Eis que temos o mundo. Mas nada está perdido. Dentro desta maioria, pobre, com poucas oportunidades, ou com pouco acesso a informação surge uma esperança chamada Lula. Que ao invés de esperar que alguém fizesse, ele correu atrás por fazer. Se dignou a acreditar no povo brasileiro, sem entender de fato qual seria o seu papel. Este foi eleito chefe de Estado, cumpriu seu papel como pode, e fez a diferença. Seu tempo acabou, mas entende que não pode parar, acredita em uma continuidade e sugere uma mulher para ser a próxima chefe de Estado. Não é uma mulher qualquer!

Mulher: figura historicamente discriminada, deixada de lado, que, assim como muitos homens da história, não se limitou e não aceitou o que as impunham. A revolução começa desde uma roupa até a sua atitude. E em pleno século XXI, depois de inúmeras lutas diárias ainda efrentadas, uma mulher é posta à aprovação dos brasileiros.

Ainda temos uma país machista, preconceituoso, pobre e cheio de limitações. País este com pessoas que sabem como manipular. Eis que surge Jose Serra. A igreja como instituição religiosa exerce um papel fundamental na vida do homem, no entanto hoje me assusta o papel em que está se colocando, aceitando o jogo sujo da manipulação, o jogo de usar a simplicidade dos religiosos, a favor do quê mesmo?

Como disse no início, o que está em jogo é o futuro do Brasil. Será que é saudável para um país que tenhamos novamente a igreja como centro das decisões políticas? A última vez que isso ocorreu foi no período da inquisição. Isto é assustador tanto quanto ver Jose Serra presidente. Este último usa da demagogia para dizer que repudia a atitude da igreja em produzir material contra Dilma Rousseff. Ah, José Serra Como você é inocente!

Eis que surge A mulher, Dilma Rousseff, a escolhida pelo Lula. Não por que ela fez parte do seu governo, mas sim por que ela é competente no que se propôs a fazer desde a sua adolescência, que é lutar pelo povo brasileiro. E Dilma está sendo vítima de preconceito, por ser mulher e por ter como uma de suas lutas acabar com injustiças a aquelas que ao chegar no hospital com suspeita de aborto, mesmo que seja natural, de ser mal tratada desde o início do atendimento até o fim, posta à escória como uma criminosa (aconteceu com minha tia).

O que mais me deixa revoltada é que o desvio do verdadeiro foco está sendo posto como debate central, igual é com a Copa do Mundo. O debate central não é a igreja, não é o aborto, não é a religião.

Importante é elaborar o nosso projeto nacional de desenvolvimento, discutir a transformação de nossa educação, a ampliação da indústria e os investimentos na tecnologia. Precisa-se de política específica de valorização do patrimônio público, que ficou sucateado e quase, em sua grande parte, desmantelado, no período FHC, entregue ao capital estrangeiro. O debate central é sobre o que é necessário para o avanço do Brasil.

Não é justo com quem já tem que lidar com as diversas dificuldades ainda ter que enfrentar este fogo cruzado que Jose Serra e a Igreja estão lançando ao brasileiro, com o mesquinho intuito de distrair o foco, isso de propósito para evitar que o Brasil continue crescendo.

José Serra está propondo um plebiscito desleal entre a igreja e a república. O processo é para um Presidente, um Chefe de Estado, não para Papa ou Bispos. Virou uma gerra santa, deixou-se de lado o pleito.

Dia 31 de outubro os brasileiros estarão votando em dois projetos, o da Dilma que representa o avanço e o do Jose Serra que é o retrocesso.


Viviane Lima

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