quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Militância Pró-Dilma correndo o trecho

Malta tenta convencer os fieis

JEAN CAMPOS
Da Reportagem

O senador reeleito Magno Malta (PR-ES) esteve em Cuiabá (19/10) para reforçar a candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT) em Mato Grosso. A visita faz parte de uma agenda de encontros com líderes religiosos que pretende “dessatanizar” a imagem da postulante petista. “Existe muita especulação que começou na internet e já está na boca do povo. Coisas sem fundamento. Dizem que a Dilma é o diabo e o Temer [candidato a vice-presidente], satanista. Temos que conscientizar o povo de que estamos diante de uma eleição para presidente, não pela escolha de um padre”, afirmou o republicano, durante entrevista coletiva.

Ele admite que o segmento evangélico será decisivo para a escolha do novo presidente do país. De olho neste eleitorado, Malta visita outros estados até o dia 31 de outubro, data do segundo turno.

Magno Malta chegou ao Estado pela manhã e almoçou com o governador Silval Barbosa (PMDB), no Palácio Paiaguás, com a presença de coordenadores da campanha petista no Estado. À tarde, ele foi recepcionado pelo deputado estadual João Malheiros (PR) e pelo suplente de deputado federal Vitório Galli (PMDB) para reunião na igreja evangélica Sara Nossa Terra.

Na avaliação do senador conhecido pelo combate à pedofilia, que também é líder do movimento evangélico, o discurso religioso não deveria nortear a disputa presidencial, como vem acontecendo.

A intenção da vinda de Magno Malta a Mato Grosso é cooptar o voto do segmento religioso que se afasta cada vez mais da candidata do PT. Mato Grosso foi um dos oito estados em que o candidato José Serra (PSDB) superou Dilma no primeiro turno.

O republicano acusou o adversário tucano de liderar uma “central de boataria” que estaria envolvendo a candidata Dilma em temas polêmicos, como ocorreu com o aborto. Ele foi taxativo ao afirmar que é contra ao aborto e defendeu que o mesmo posicionamento se estende à candidata do PT.

Outra crítica tecida pelo parlamentar diz respeito ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que, segundo ele, não tratou a educação como prioridade. Comparando a gestão tucana com a do presidente Lula (PT), Malta enalteceu ações petistas como a ampliação do ensino profissionalizante e a implantação do Programa Universidade para Todos (Prouni), que concede bolsas de estudo a estudantes de baixa renda.

Com mais oito anos de mandato, o senador por Espírito Santo avalia como positiva a escolha dos senadores Blairo Maggi (PR) e Pedro Taques (PDT) pela população mato-grossense. “Maggi é do meu partido e vai somar com a nossa bancada. O Taques é muito inteligente, tenho certeza de que ele vai contribuir para a reforma política desse país”, finalizou. O senador acredita que o pedetista incrementará as discussões levantadas em torno da prisão perpétua para abusadores de crianças e narcotraficantes, além da redução da maioridade penal.

Fonte: www.diariodecuiaba.com.br

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A turma do $erra pelo Brasil afora

Reportagem tirada do Diário de Cuiabá


Galindo multado em R$ 47 mil

SONIA FIORI
Da Reportagem

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) condenou o prefeito de Cuiabá Chico Galindo (PTB) à devolução aos cofres públicos, com recursos próprios, do total de R$ 47.378,76. A decisão, ocorrida em sessão da Corte de Contas, na manhã de ontem, é resultado do julgamento das contas anuais da secretaria municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão referentes ao exercício de 2009. No período, a administração da Capital estava sob gestão do então prefeito Wilson Santos (PSDB).

Durante a sessão, os conselheiros julgaram as contas, referentes à Pasta, regulares com recomendações, determinações e restituição, além de multa. No processo, a Corte Eleitoral verificou, após constatação de auditoria do TCE, a ilegalidade a respeito de procedimentos relativos a juros e multas pertinentes à secretaria em questão. A cobrança era realizada tendo como base o recolhimento de contribuições previdenciárias e pagamento de contas de energia elétrica. O conselheiro Humberto Bosaipo foi o relator do processo.

Durante o julgamento das contas, o relator acolheu “voto-vista” do conselheiro José Carlos Novelli. Em seu voto, Bosaipo havia sugerido a abertura de tomada de contas especial com o objetivo de investigar e apurar a responsabilidade questões como “atraso” do repasse de recursos. Em sua defesa, a Seplan da Capital sustentou atraso no repasse de verba a cargo da Secretaria Municipal de Finanças. Dessa forma, sustentou que ficou impedida de “quitar débitos em tempo”.

A Corte acolheu posição do conselheiro Novelli, pela qual a administração da Capital é obrigada a planejar e executar o pagamento de restos a pagar dos exercícios anteriores até o dia 31 de dezembro de 2012. A prefeitura, conforme o TCE, também fica obrigada a regularizar as pendências relativas a recolhimentos previdenciários observados na ação de contas da Pasta.

O Tribunal também destacou na decisão que a multa aplicada ao prefeito Chico Galindo foi de aproximadamente R$ 3.300,00, ou o equivalente a 100 UPFs. No voto, o relator Humberto Bosaipo destacou a necessidade de que a prefeitura faça “ajustes” em seus demonstrativos contábeis para que evidencie a situação individual da entidade.


Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br/

Mato Grosso apoia Dilma 13 - Grupo 06

Educação não é despesa, é investimento!

Depois de tempos discutindo, o debate sobre o passe livre não acaba nunca. Todo ano a prefeitura de Cuiabá aumenta o valor do transporte público e usa a desculpa de que quem onera esse valor são os estudantes.

O vereador Julio Pinheiro retoma a polêmica dizendo que precisa dividir a responsabilidade com os respectivos "tutores" das insituições de ensino estadual e federal. Este vereador bem informado talvez não saiba que a responsabilidade do transporte público seja do município. Logo pergunta-se:
1. Quem vai se responsabilizar pelo transporte dos estudantes da rede privada?
2. E os estudantes do ProUni, eles terão o direito ao passe livre se o Governo Federal der a parte dele?

Este vereador quer enganar quem? Ah! Já entendi...

Às vesperas do início da campanha para governo do estado, o atual prefeito de Cuiabá, PTBista, Chico Galindo, anunciou mais um aumento da tarifa dos ônibus. Entretanto, derrepente, sem muitas explicações, disse que não iria aumentar mais. Claro! Seu antencessor Wilson Santos do PSDB, largou a prefeitura para se candidatar a governo do estado, e o seu companheiro Chigo Galindo não poderia dar este "tiro no pé" prejudicando a campanha de seu aliado.

Como sabe-se não adiantou de nada, pois o Wilson Santos não emplacou nas eleições.

Agora volta-se a discussão do transporte público colocando a culpa nos estudantes, dizendo que estudante é despesa. Tudo isso é um prólogo para se chegar na explicação do por que de mais um aumento na tarifa do ônibus.

"Ah, mas para que pensar na classe trabalhadora e nos estudantes, né? Eles não são nada. Temos que pensar nos empresários, é mais lucrativo"

Eis o perfil do PTB e seu grupo (PSDB), entende que estudante é despesa e o trabalhador um calo no pé.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Razões para não votar no Serra

Na busca por reportagens, matérias e ou leituras para melhorar as informações ao leitor encontrei esta postagem com razões para não votar no mil caras do Jose Serra.

Para ver a postagem na íntegra clique aqui: Serra NÃO Dilma SIM

Risco das privatizações

Uma frase, um significado: risco das privatizações

Paul Krugman resume bem como não deve ser a economia de um país: “a difundida crença de que as reformas voltadas para a abertura das economias e a liberação dos mercados produzirá uma dramática aceleração no crescimento dos países em desenvolvimento representa um salto no escuro e um ato de fé.

O inteligente aprende com o próprio erro; o sábio aprende com o erro dos outros. Lula aprender com o erro do FHC, Dilma seguirá os passos do Lula avançando. Agora o José Serra nem com seus erros ele aprendeu. Como ele pode ser definido entao?

domingo, 17 de outubro de 2010

Igreja versus Eleições 2010

O que está em jogo realmente, o futuro dos brasileiros ou o futuro da igreja?

Conceito 1: Igreja é uma instituição religiosa cristã separada do Estado.
Conceito 2: Estado é o conjunto das instituições (governo, forças armadas, funcionalismo público etc.) que controlam e administram uma nação - país soberano, com estrutura própria e politicamente organizado.

O brasileiro já enfrenta diversas dificuldades, impostas, de entender sobre política. Primeiro temos a Copa do Mundo estranhamente no ano das eleições Presidenciais. E também coincidentemente as discuções pré-campanha são durante os jogos do Brasil.

Em consequência da fortificação do mercado, a mídia mostra ou apresenta somente o que convém ao bolso dela e daqueles que a financiam, logo temos programações de massa e sem conteúdo. Os canais de tv e rádio que ainda possuem conteúdos aproveitáveis estão sumindo, ou sendo engolidos pelo capital, não por que querem, mas por que precisam. E assim é o povo brasileiro, não querem precisar de dinheiro, buscam conhecimento quando não precisam buscar o seu sustento.

Eis que temos o Brasil, com uma minoria que manda na maioria. Eis que temos o mundo. Mas nada está perdido. Dentro desta maioria, pobre, com poucas oportunidades, ou com pouco acesso a informação surge uma esperança chamada Lula. Que ao invés de esperar que alguém fizesse, ele correu atrás por fazer. Se dignou a acreditar no povo brasileiro, sem entender de fato qual seria o seu papel. Este foi eleito chefe de Estado, cumpriu seu papel como pode, e fez a diferença. Seu tempo acabou, mas entende que não pode parar, acredita em uma continuidade e sugere uma mulher para ser a próxima chefe de Estado. Não é uma mulher qualquer!

Mulher: figura historicamente discriminada, deixada de lado, que, assim como muitos homens da história, não se limitou e não aceitou o que as impunham. A revolução começa desde uma roupa até a sua atitude. E em pleno século XXI, depois de inúmeras lutas diárias ainda efrentadas, uma mulher é posta à aprovação dos brasileiros.

Ainda temos uma país machista, preconceituoso, pobre e cheio de limitações. País este com pessoas que sabem como manipular. Eis que surge Jose Serra. A igreja como instituição religiosa exerce um papel fundamental na vida do homem, no entanto hoje me assusta o papel em que está se colocando, aceitando o jogo sujo da manipulação, o jogo de usar a simplicidade dos religiosos, a favor do quê mesmo?

Como disse no início, o que está em jogo é o futuro do Brasil. Será que é saudável para um país que tenhamos novamente a igreja como centro das decisões políticas? A última vez que isso ocorreu foi no período da inquisição. Isto é assustador tanto quanto ver Jose Serra presidente. Este último usa da demagogia para dizer que repudia a atitude da igreja em produzir material contra Dilma Rousseff. Ah, José Serra Como você é inocente!

Eis que surge A mulher, Dilma Rousseff, a escolhida pelo Lula. Não por que ela fez parte do seu governo, mas sim por que ela é competente no que se propôs a fazer desde a sua adolescência, que é lutar pelo povo brasileiro. E Dilma está sendo vítima de preconceito, por ser mulher e por ter como uma de suas lutas acabar com injustiças a aquelas que ao chegar no hospital com suspeita de aborto, mesmo que seja natural, de ser mal tratada desde o início do atendimento até o fim, posta à escória como uma criminosa (aconteceu com minha tia).

O que mais me deixa revoltada é que o desvio do verdadeiro foco está sendo posto como debate central, igual é com a Copa do Mundo. O debate central não é a igreja, não é o aborto, não é a religião.

Importante é elaborar o nosso projeto nacional de desenvolvimento, discutir a transformação de nossa educação, a ampliação da indústria e os investimentos na tecnologia. Precisa-se de política específica de valorização do patrimônio público, que ficou sucateado e quase, em sua grande parte, desmantelado, no período FHC, entregue ao capital estrangeiro. O debate central é sobre o que é necessário para o avanço do Brasil.

Não é justo com quem já tem que lidar com as diversas dificuldades ainda ter que enfrentar este fogo cruzado que Jose Serra e a Igreja estão lançando ao brasileiro, com o mesquinho intuito de distrair o foco, isso de propósito para evitar que o Brasil continue crescendo.

José Serra está propondo um plebiscito desleal entre a igreja e a república. O processo é para um Presidente, um Chefe de Estado, não para Papa ou Bispos. Virou uma gerra santa, deixou-se de lado o pleito.

Dia 31 de outubro os brasileiros estarão votando em dois projetos, o da Dilma que representa o avanço e o do Jose Serra que é o retrocesso.


Viviane Lima

sábado, 16 de outubro de 2010

José Serra e Wilson Santos

Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência!

Wilson Santos = Jose Serra

WS: Prometeu ficar na prefeitura de Cuiabá em seu segundo mandato até o final
JS: Prometeu ficar na prefeitura de São Paulo até o final de seu mandato

WS: Saiu da prefeitura de Cuiabá para se candidatar a Governo do Estado de MT
JS: Saiu da prefeitura de São Paulo para se candidatar a Governo do Estado de SP

WS: mente que criou o passe livre estudantil em Cuiabá
JS: mente que criou o generico, o FAT, o seguro desemprego, mente que tem dois professores em sala de aulas de todas as escolas de SP

WS e JS mandam bater em professores e estudantes
WS e JS prometem e não cumprem
WS e JS se envolvem em escandalos de desvio de verbas

WS: Tenta achar explicações sobre R$ 44 mi desviados da obra do PAC em Cuiabá
JS: Foge das explicações sobre o sumiço de R$ 4 mi do caixa do PSDB

Entre outras diversas semelhanças
Quem conhece Cuiabá sabe o caos que está, quem conhece São Paulo (não precisa ir longe) sabe que está um caos

Cuiabá não quer mais Wilson Santos, o Brasil não precisa de Jose Serra

Fotos retiradas de: www.megadebate.com.br e www.blogdamartabellini.blogspot.com

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

PSOL quer voto nulo ou “crítico” em Dilma no 2° turno

Plínio de Arruda Sampaio declarou voto nulo

A executiva do PSOL se reuniu na manhã de hoje, em São Paulo, para definir a posição do partido no 2° turno da eleição presidencial. O encontro começou por volta das 10h. Após cerca de 4h de discussão, o partido oficializou posição a favor do “voto crítico” em Dilma (PT) ou voto nulo.

Entre os defensores do voto nulo estiveram Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL à Presidência, derrotado no 1° tuno, e Babá, ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro.

Argumentaram a favor do “voto crítico” em Dilma os deputados federais eleitos Chico Alencar (RJ) e Ivan Valente (SP). Randolph Rodrigues, eleito senador pelo Amapá, também defendeu essa posição, que ainda contou com a defesa de Jefferson Moura (RJ), Toninho (DF) e Milton Temer (RJ).

Documentos
Após a reunião foram divulgados um documento oficial do PSOL e outro de Plínio. A posição do PSOL afirma que o partido será “oposição de esquerda e pragmática” a qualquer governo, seja encabeçado por Dilma (PT) ou por Serra (PSDB). “Não há por parte destas [candidaturas do PT e do PSDB] nenhum compromisso com pontos programáticos defendidos pelo PSOL”, diz o texto.

Outro trecho da carta diz: “Neste segundo turno, mantemos firme a oposição frontal à candidatura Serra, declarando unitariamente “NENHUM VOTO EM SERRA”, por considerarmos que ele representa o retrocesso a uma ofensiva neoliberal, de direita e conservadora no País. Ao mesmo tempo, não aderimos à campanha Dilma, que se recusou sistematicamente ao longo do primeiro turno a assumir os compromissos com as bandeiras defendidas pela candidatura do PSOL”.

Já o documento de Plínio, intitulado “Manifesto à Nação”, afirma o seguinte: “O segundo turno oferece nova oportunidade para dar um passo adiante na conscientização. Trata-se de esmiuçar as diferenças entre as duas candidaturas que restam, a fim de colocar mais luz na tese de que ambas são prejudiciais à causa dos trabalhadores”.

Por Fernando Rodrigues

Fonte: http://uolpolitica.blog.uol.com.br/

Comentário:
Essa posição do PSOL só reforça o quanto Jose Serra representa o atraso. Importante ressaltar que, sem dúvidas, o melhor para o Brasil é Dilma.

Dez falsos motivos para não votar na Dilma

por Jorge Furtado em 25 de julho de 2010
Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.

Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha, vai lá para o pé da página, quem quiser que leia. (1)

Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas. Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.

Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes.

1. “Alternância no poder é bom”.

Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.

2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.

Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Bornhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Bornhausen, José Sarney é Che Guevara.

3. “Dilma não é simpática”.

Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.

4. “Dilma não tem experiência”.

Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.

5. “Dilma foi terrorista”.

Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.

6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano”.

Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.

7. “Serra vai moralizar a política”.

Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.

8. “O PT apóia as FARC”.

Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?

9. “O PT censura a imprensa”.

Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.


10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.

Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.

x


(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.

Geração de empregos (incluindo com e sem carteira assinada):
FHC/Serra = 5 milhões x Lula/Dilma = 15 milhões

http://blogdolen.files.wordpress.com/2010/01/taxadesemprego.jpg

Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares

http://blogdolen.files.wordpress.com/2010/01/salariominimoxcestabasica.jpg

http://blogdolen.files.wordpress.com/2010/01/salario-minimo-reajustado.jpg

Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões

http://blogdolen.files.wordpress.com/2010/01/linhadamiseria.jpg

Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos

Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78

Reservas cambiais:
FHC/Serra = menos 185 bilhões de dólares x Lula/Dilma = mais 239 bilhões de dólares

Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%

Inflação:
FHC/Serra =12,5% (2002) x Lula/Dilma = 4,7% (2009)

Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%

Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%


(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:

José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.

Nota UNE

Derrotar o retrocesso neoliberal: Dilma Presidente

A União Nacional dos Estudantes tem historicamente se pautado na defesa dos interesses dos estudantes brasileiros, da Educação Pública e da soberania nacional. O faz compreendendo que a autonomia política é fundamental na luta pela construção de um país justo e soberano. Contudo, nos momentos de acirramento da luta política do Brasil, não nos furtamos de tomar posição e somarmos força ao campo mais progressista das forças políticas no país.

Foi assim na experiência da luta contra o nazi-facismo na década de 40, na campanha do “Petróleo é nosso” que culminou com a criação da segunda maior petrolífera do mundo, a Petrobras, na campanha das “Reformas de Base” na década de 60, na resistência contra a ditadura e na redemocratização do Brasil, no “Fora Collor” e na passeata de 16 de agosto de 2005 que segurou nas ruas a tentativa de golpe.

Esse ano não é diferente. Depois de um primeiro turno em que o debate não se aprofundou de forma necessária nos projetos de Nação em disputa, nesse segundo turno temos a chance de fazê-lo e interferir ainda mais no debate. Com o cenário de polarização e o assanhamento das forças políticas mais conservadoras do país, aliadas à grande mídia, faz-se necessário o nosso posicionamento.

Durante os anos de governo FHC, com Serra no Planejamento, a lógica do desmonte do Estado e as privatizações imperavam. O desafio vivido cotidianamente pela universidade pública era o de como não desmoronar. Inúmeras IFES não conseguiam custear sequer sua manutenção. A proliferação de faculdades privadas sem qualquer regulamentação que garantisse qualidade e compromisso social por parte destas foi outra marca daquele período. O atual secretário estadual de Educação de São Paulo, Paulo Renato, era o ministro da Educação do Brasil neste período em que a educação era vista pelo governo federal mais como mercadoria, de um lucrativo negócio, do que como um direito social estratégico para o desenvolvimento nacional. Essa lógica persiste com Serra no governo de São Paulo.

É esse projeto que devemos derrotar. O compromisso dos estudantes brasileiros é com o aprofundamento da Democracia no nosso país e na defesa do protagonismo do Estado brasileiro, pois somente a partir destes é possível que o povo brasileiro interfira nos rumos das políticas públicas no nosso país. Ainda, reafirmamos o nosso compromisso com o investimento de 10% do PIB na educação, impedindo que o retorno de mecanismos de contingenciamento de verbas sejam novamente utilizados como a Desvinculação das Receitas da União (DRU). Nossa disposição é fazer com que o próximo período sirva para a construção de importantes Reformas Estruturantes no Brasil, que pavimente um profundo ciclo de desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental, mas que também propicie o desenvolvimento humano da sociedade brasileira.

Assim, no ambiente de polarização que se configura na atual quadra política, é fundamental que essa geração tome posição e derrote o setor conservador representado na candidatura de Jose Serra. A Diretoria Plena da União Nacional dos Estudantes, reunida na sede do Sindicato dos Professores de São Paulo - APEOESP - e na presença de lideranças estudantis de todo o país, decide indicar o voto em Dilma Rousseff no segundo turno das eleições para a Presidência da República Federativa do Brasil.

União Nacional dos Estudantes (UNE)
10 de outubro de 2010

UNE e UBES declaram apoio à candidatura de Dilma no 2º turno das eleições para presidente


A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), as duas principais entidades estudantis do país, declararam apoio a Dilma Rousseff no 2º turno da eleição presidencial.

O presidente da UNE, Augusto Chagas, afirmou no Twitter que, com mais de 200 lideranças estudantis presentes, “a diretoria plena da UNE, em reunião histórica, acaba de decidir indicar o voto para Dilma Rousseff para Presidente da República”. “A UNE não se pauta nos interesses de nenhum partido, governo ou pessoa. Nosso compromisso é com a história do Brasil. Isto está em jogo no 2º turno”, ressaltou Chagas.

A UBES também se manifestou em nota, afirmando que “somente a candidatura de Dilma Rousseff reúne as condições para avançar ainda mais na construção de um país, justo, democrático e soberano, onde os movimentos sociais possam apresentar suas demandas e disputar os rumos desse novo Brasil que está nascendo”.

A entidade repudia o “projeto privatista, que manteve-se no poder por longos anos na década de 90”, e que “vende o patrimônio nacional por meio de privatizações claramente fraudulentas, a exemplo da venda da Vale do Rio Doce”, afirma a nota.

Michel Temer critica "campanha subterrânea" do PSDB

Candidato a vice de Dilma acredita que coligação irá reverter situação em Mato Grosso

Assessoria



Silval, Temer e Maggi posam para foto em evento pró-Dilma, na AMM



BRUNO GARCIA
DA REDAÇÃO



O candidato a vice-presidente da República na chapa de Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP), em visita a Cuiabá, nesta quinta-feira (14), disse que sua chapa está sendo vítima de uma campanha difamatória, classificada por ele como "subterrânea". A observação foi feita durante ato pró-Dilma, na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), na Avenida do CPA.

Entre os ataques contra a candidatura de Dilma, conforme lembrou Temer, estão temas envolvendo assuntos polêmicos como aborto e religião. "É lamentável que se use a internet para essa campanha subterrânea que está sendo feita contra a nossa chapa. Vamos combater essas informações nas ruas. A verdade prevalecerá", declarou, ao lembrar que, nos EUA, a internet foi usada para o bem e no Brasil está sendo utilizada para o mal.

Temer declarou que Mato Grosso terá "espaço" na gestão compartilhada com a petista, em caso de se elegerem, reconhecendo o potencial do Estado e as necessidades de investimentos. "A vice-presidência não terá as portas abertas para Mato Grosso. Para Mato Grosso, a vice-presidência não terá portas", declarou, ao reafirmar o compromisso com o Estado.

Durante reunião com mais de 90 prefeitos, segundo números da coordenação do evento, Michel Temer ressaltou a importância da votação do Estado, mesmo com uma representação inexpressiva no cenário nacional.

"Vamos trabalhar para termos mais de 50% dos votos em Mato Grosso. Estou sentindo com essa reunião que reverteremos esse quadro e ganharemos as eleições aqui", declarou.

No evento, Michel Temer pediu empenho de todos candidatos eleitos, dos não eleitos, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores para levar a mensagem aos municípios do Estado sobre o alinhamento político da chapa Dilma/Temer com Mato Grosso. "Saio dessa reunião com a alma animada, com espírito de que ninguém vai tirar a eleição da Dilma. Vamos ganhar essas eleições, basta verificar o entusiasmo que encontro aqui", disse.

O ato contou com a participação da base da campanha da reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB), senador eleito Blairo Maggi (PR), senadora Serys Slhessarenko (PT), entre outros políticos.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O tempo em que Serra era chefe da privatização de Fernando Henrique...

Em abril de 1999, em meio ao obscurantismo do governo Fernando Henrique, surgiu um livro, com apenas 71 páginas, destinado a ficar como uma das grandes obras do nosso país: “O Brasil privatizado – um balanço do desmonte do Estado”. Seu autor, Aloysio Biondi, jornalista econômico - quando essa expressão não estava associada ao puxa-saquismo mais reacionário e mais estúpido - foi um homem notável, um homem corajoso, que não temia o isolamento dentro da mídia (a rigor, estava se lixando para isso), considerando mais importante a honra do que a honraria, a verdade do que o punhado de dólares. Assim, fez a dissecção do maior crime da História do Brasil: a privatização, implementada por aquele governo - e seu chefe do programa de privatização, José Serra.
Biondi era um brasileiro. Era, também, um amigo – um de nossos editores, Luiz Rocha, trabalhou com ele, guardando emocionadas e divertidas recordações do seu então chefe no velho DCI. Uma delas mostra bem o caráter de Aloysio, homem sério no trabalho e de permanente bom humor: “às vezes faltava dinheiro para pagar aos funcionários. Ele, então, usava o dinheiro que ganhava na ‘Folha’, onde era colunista, para dar um vale ao pessoal. E achava que era um bom emprego para esse dinheiro”.
Aloysio Biondi faleceu há 10 anos, em julho de 2000. Seu livro, já em 11ª reimpressão, com centenas de milhares de exemplares vendidos, pode ser encontrado na biblioteca digital da Fundação Perseu Abramo (
http://www.fpabramo.org.br/).
C.L.


ALOYSIO BIONDI

Antes de vender as empresas telefônicas, o governo Fernando Henrique investiu 21 bilhões de reais no setor, em dois anos e meio. Vendeu tudo por uma “entrada” de 8,8 bilhões de reais ou menos – porque financiou metade da “entrada”.
Na venda do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), o “comprador” pagou apenas 330 milhões de reais e o governo [Marcelo Alencar – PSDB] do Rio tomou, antes, um empréstimo dez vezes maior, de 3,3 bilhões de reais, para pagar direitos dos trabalhadores.
Na privatização da rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, a empreiteira que ganhou o leilão está recebendo 220 milhões de reais de pedágio por ano desde que assinou o contrato – e até abril de 1999 não começara a construção da nova pista.
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi comprada por 1,05 bilhão de reais, dos quais 1,01 bilhão em “moedas podres” – vendidas aos “compradores” pelo próprio BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), financiadas em 12 anos.
Assim é a privatização brasileira: o governo financia a compra no leilão, vende “moedas podres” a longo prazo e ainda financia os investimentos que os “compradores” precisam fazer – até a Light recebeu um empréstimo de 730 milhões de reais no ano passado. E, para aumentar os lucros dos futuros “compradores”, o governo “engole” dívidas bilionárias, demite funcionários, investe maciçamente e até aumenta tarifas e preços antes da privatização.
Houve uma intensa campanha contra as estatais nos meios de comunicação, verdadeira “lavagem cerebral” da população para facilitar as privatizações. Entre os principais argumentos, apareceu sempre a promessa de que elas trariam preços mais baixos para o consumidor, “graças à maior eficiência das empresas privadas”. A promessa era pura enganação. No caso dos serviços telefônicos e de energia elétrica, o projeto de governo sempre foi fazer exatamente o contrário, por baixo do pano, ou na surdina.
Como assim? Antes de mais nada, é preciso relembrar um detalhe importante: antes das privatizações, o governo já havia começado a aumentar as tarifas alucinadamente, para assim garantir imensos lucros no futuro aos “compradores” – e sem que eles tivessem de enfrentar o risco de protestos e indignação do consumidor. Para as telefônicas, reajustes de até 500% a partir de novembro de 1995 e, para as fornecedoras de energia elétrica, aumentos de 150% – ou ainda maiores para as famílias de trabalhadores que ganham menos, vítimas de mudanças na política de cobrança de tarifas menores (por quilowatt gasto) nas contas de consumo mais baixo. Tudo isso aconteceu como “preparativo” para as privatizações, antes dos leilões.
Mas o importante, que sempre foi escondido da população, é que, em lugar de assinar contratos que obrigassem a Light e outros “compradores” a reduzir gradualmente as tarifas – como foi obrigatório em outros países –, o governo garantiu que eles teriam direito, no mínimo, a aumentar as tarifas todos os anos, de acordo com a inflação. Isto é, o governo fez exatamente o contrário do que jornais, revistas e TVs diziam ao povo brasileiro. Além dessa garantia de reajustes anuais de acordo com a inflação, os “compradores” das empresas de energia podem também aumentar preços se houver algum “imprevisto” – como é o caso da maxidesvalorização do real ocorrida no começo de 1999...
O governo e os meios de comunicação sempre esconderam que as metas estabelecidas para os “compradores” das telefônicas somente passariam a valer a partir de... dezembro de 1999. Isto é, na prática, os “compradores” poderiam deixar de atender os consumidores, ou não melhorar substancialmente os serviços, durante todo o segundo semestre de 1998 e o ano inteiro de 1999.
Foi exatamente essa alegação, a de que as metas valeriam somente a partir de 2000, que a Anatel usou durante quatro meses, de dezembro de 1998 a março de 1999, para não tomar nenhuma providência contra os desmandos da Telefônica em São Paulo.


PIORA AUTORIZADA

E para a Light e outras empresas fornecedoras de energia elétrica? Aqui, a “bondade” do governo bateu recordes. No caso da Light, o contrato previu – isto mesmo, previu – e autorizou a piora dos serviços, pois permitiu um número maior de blecautes ou “apagões”, e também de interrupções mais prolongadas no fornecimento de energia. Incrível? Pois essa “piora autorizada” foi denunciada antes mesmo da assinatura do contrato com a Light, por uma organização não-governamental do Rio, o Grupo de Acompanhamento Institucional do Sistema de Energia, do qual o físico Luís Pinguelli Rosa é um dos integrantes.
Como se não bastasse, a multa fixada para as empresas de energia que desrespeitarem até os limites “simpáticos” combinados com o governo é absolutamente ridícula. Quanto? Apenas 0,1% do faturamento anual. Ou seja, se a Light ou a Eletropaulo ou a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) faturarem 1,2 bilhão de reais em um ano, a multa será de apenas 1,2 milhão de reais... Deu para entender a jogada? Se as empresas privatizadas deixarem de investir 100 milhões, 200 milhões ou 400 milhões de reais para atender os moradores, as indústrias, as empresas de determinada região ou cidade, pagarão apenas 1,2 milhão de reais de multa... Isso não é multa. É prêmio do governo aos “compradores”.


TELES

O caso mais escandaloso de “investimentos para enriquecer os compradores” foi o do sistema Telebrás. Em 1996, o governo duplicou os investimentos nas teles, alcançando 7,5 bilhões de reais, chegou aos 8,5 bilhões de reais em 1997 e investiu mais 5 bilhões de reais no primeiro semestre de 1998, totalizando, portanto, 21 bilhões de reais de investimentos em dois anos e meio. Uma “gastança” ainda mais estranha se lembrarmos que naquela época o Brasil já caminhava para a crise, o que forçou o governo a lançar seu primeiro programa de “ajuste fiscal” em fins de 1997 – levando a violentas reduções nos gastos, inclusive nas áreas da saúde, educação, verbas para o Nordeste etc. Com essa “dinheirama”, o governo ampliou as redes, instalações, estações, cabos, toda a infra-estrutura do sistema telefônico, deixando tudo pronto para as telefônicas chegarem, puxarem as linhas até a casa do freguês e começarem a faturar para seus próprios cofres. Lucros obtidos com dinheiro nosso. Mas, neste Brasil em que a mentira campeia solta, as empresas “compradoras” dizem, e os meios de comunicação repetem, que os problemas surgidos depois da privatização se devem à “falta de investimentos” no período em que elas eram do governo. A mesma mentira repetida, também, pelos “compradores” das empresas paulistas de energia elétrica já privatizadas...
O governo Fernando Henrique Cardoso implantou as privatizações a preços baixos, financiou os “compradores”, sempre alegando não haver outros caminhos possíveis. A experiência de outros países, que a equipe de governo conhecia muito bem, mostra que essa argumentação é falsa. Como foi possível ao governo agir com tal autoritarismo, transferindo o patrimônio público, acumulado ao longo de décadas, a poucos grupos empresariais que nem sequer tinham dinheiro para pagar ao Tesouro?
Houve a campanha de desmoralização das estatais e a ladainha do “esgotamento dos recursos do Estado”. Mais ainda: a sociedade brasileira perdeu completamente a noção – se é que a tinha – de que as estatais não são empresas de propriedade do “governo”, que pode dispor delas a seu bel-prazer. Esqueceu-se de que o Estado é mero “gerente” dos bens, do patrimônio da sociedade, isto é, que as estatais sempre pertenceram a cada cidadão, portanto a todos os cidadãos, e não ao governo federal ou estadual. Essa falta de consciência coletiva, reforçada pelos meios de comunicação, repita-se, explica a indiferença com que a opinião pública viu o governo doar por 10 o que valia 100. Um “negócio da China” que, em sua vida particular, nenhum trabalhador, empresário, nenhuma família de classe média ou o povão aceitariam. Qual seria a reação de qualquer brasileiro, por exemplo, se um vizinho rico quisesse comprar sua casa, que valesse 50 mil ou 100 mil, por 5 mil ou 10 mil? Reagiria violentamente. No entanto, centenas e centenas de bilhões de reais de patrimônio público, isto é, de propriedade dos milhões de brasileiros, foram “vendidos” dessa forma, sem grandes protestos a não ser nas áreas sindicais ou oposicionistas – que, por isso mesmo, tiveram seu espaço nos meios de comunicação devidamente cortado, tornado quase inexistente, nos últimos anos.
A “doação” do patrimônio público empreendida pelo governo Fernando Henrique Cardoso tem um agravante. O governo já tem dívidas com os trabalhadores, cerca de 50 bilhões a 60 bilhões de reais, representadas pelo dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep (Plano de Integração Social/Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público), que o governo usou para financiar projetos diversos. Se todos os trabalhadores brasileiros fossem sacar seu PIS ou FGTS ao mesmo tempo, descobririam que não poderiam receber, porque está “faltando” aquele dinheiro, utilizado pelo governo. Isto é: quando se diz que o governo deve a cada João, a cada Maria, a cada Antônio, a cada Joana brasileiros, não é mera força de expressão. É a pura verdade. O governo poderia ter finalmente pago essa dívida aos brasileiros, entregando-lhes ações das empresas estatais. Essa hipótese existia no governo Itamar Franco, quando o BNDES planejava privatizar as estatais usando “moedas sociais” (ou seja, FGTS, PIS/Pasep). Com a posse de Fernando Henrique Cardoso e sua equipe, a proposta foi abandonada, para alegria de grupos empresariais.
O trabalhador brasileiro foi duplamente lesado. Continuou vítima do “calote” do governo, no FGTS e no PIS/Pasep. E ficou sem as estatais, das quais já era dono.


O ROMBO

Tudo somado, contas bem feitas mostrariam que as privatizações não reduziram a dívida e o “rombo” do governo. Ao contrário, elas contribuíram para aumentá-los. O governo ficou com dívidas – e sem as fontes de lucros para pagá-las.
Ironicamente, o governo reconheceu isso com todas as letras. Na carta de intenções que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, entregou ao FMI (Fundo Monetário Internacional), inconscientemente, o governo confessa que o equilíbrio das contas do Tesouro ficou mais difícil porque... o governo deixou de contar com os lucros que as estatais ofereciam como contribuição para cobrir o rombo até serem vendidas. Pasme-se, mas é verdade.
As privatizações não contribuíram, portanto, para reduzir o “rombo” e as dívidas do Tesouro – totalmente atolado, em 1999, com o pagamento de juros na casa astronômica dos 130 bilhões de reais. Uma quantia impagável, já que é praticamente o valor de todo o orçamento da União em 1999 – excluindo-se a Previdência –, no montante de 160 bilhões de reais. Pior ainda: a política de privatizações tampouco desempenhou o outro papel que se anunciava para ela, a saber, o de criar “novos motores na economia”, com a contratação maciça de encomendas nas indústrias do país, graças aos investimentos gigantescos previstos para as áreas de telecomunicações, energia e, em menor escala, ferrovias – além da área petrolífera. Ao contrário: com a conivência e até incentivos do governo, esses setores vêm realizando importações explosivas, “torrando” dólares e ampliando o “rombo” da balança comercial (exportações menos importações). Além disso, os “donos” multinacionais das empresas privatizadas passaram a realizar remessas maciças para o exterior, para seus países, seja como lucros, dividendos, juros ou até como pagamento de “assistência técnica” ou “compra de tecnologia” de suas matrizes. Em lugar de ajudar a tapar o “rombo” externo, a privatização o agravou, e de forma permanente. Como? Decisões do governo que dessem preferência ao produtor local poderiam corrigir distorções e levar à redução nas importações. Mas as remessas às matrizes permanecerão. Para sempre.
Antes mesmo das privatizações, o governo elevou os investimentos na área de telecomunicações, de 3,5 bilhões para 7 bilhões de reais por ano, como já visto. Apesar dessas cifras, o faturamento dos fabricantes brasileiros recuou, empresas foram fechadas e o desemprego avançou... Razão da contradição? As grandes multinacionais, já existentes ou atraídas para o setor – e beneficiadas, mais uma vez, por financiamentos do BNDES –, passaram a importar maciçamente. Alguns equipamentos de telefonia chegaram a utilizar 97% de peças e componentes importados – e aparelhos celulares de algumas marcas chegam a utilizar de 85% a 100% de peças vindas do exterior; isto é, são apenas “montados” no país.
Em suas primeiras “concorrências” para a compra de equipamentos, em março de 1999, a Telefônica, compradora da Telesp de São Paulo, não convidou uma única empresa brasileira fabricante de peças e equipamentos para disputar as encomendas. O peso das importações do setor de telecomunicações no “rombo” da balança comercial pode ser avaliado por estes dados: de 1993 a 1998, as compras da área de telecomunicações no exterior aumentaram dez vezes, 1.000%, de 280 milhões de dólares para 2,8 bilhões de dólares, deixando um déficit setorial de 2,5 bilhões de dólares.
Esses números, ainda por cima, não retratam o verdadeiro tamanho do “rombo” em dólares provocado pelo setor. Por quê? Há peças e componentes que são classificados como produtos “eletrônicos”, embora na verdade se destinem ao setor de telecomunicações. E, nessa área de eletrônicos, o déficit ganhou dimensões assombrosas, chegando aos 8 bilhões de dólares, com a importação de 11 bilhões de dólares e a exportação de 3 bilhões de dólares. Bom notar: o saldo negativo do setor é superior a todo o “rombo” da balança comercial brasileira, de 6,4 bilhões de dólares. Vale dizer: ele é capaz de devorar o valor das exportações e os saldos positivos de outros setores – sobretudo a agricultura... No frigir dos ovos, as privatizações contribuíram para a “torra” de dólares, o “rombo” nas contas externas e conseqüentes abalos nas cotações do real.
Qual o tamanho da sangria de dólares provocada pelas remessas às matrizes ou fornecedoras localizadas no exterior? O dado (para todos os setores) é assustador: elas passaram de algo entre 600 milhões e 700 milhões de dólares por ano para atingir a faixa dos 7,8 bilhões de dólares em 1998. Um salto de 1.000%, ou dez vezes maior. O mesmo fenômeno ocorreu com o pagamento de “assistência técnica” e “compra de tecnologia” (manobra usada também para remessa disfarçada de lucros às matrizes), que saltou de 170 milhões de dólares para 1,7 bilhão de dólares, de 1993 para 1998.
Essas sangrias podiam ser parcialmente compensadas se os “compradores” trouxessem capitais deles próprios, tanto para comprar as estatais, no momento do leilão, como depois, para realizar os investimentos previstos para a “privatizada”. Nem isso acontece, por incrível contradição da política do governo. Nos próprios leilões, em lugar de capitais próprios, os “compradores” tomam empréstimos lá fora, e esses empréstimos são incluídos na dívida externa do país, engrossando também os juros que o Brasil tem de pagar aos bancos internacionais. É o caso da privatizada Vale do Rio Doce, que tomou um empréstimo de 1 bilhão de dólares do National Bank para participar da compra da Light. Ou, o que é mais esdrúxulo ainda: é o caso da própria Light, já privatizada e com a Vale como uma de suas “donas”, que tomou um empréstimo de 1,2 bilhão de dólares para comprar a Eletropaulo, de São Paulo.
Deve-se lembrar, ainda, que o BNDES, contraditoriamente, passou a financiar parte da “entrada” já nos próprios leilões de compras, além de conceder empréstimos para os projetos executados pelos “compradores”.
As importações maciças realizadas pelos “compradores” tiveram um efeito mais devastador do que parecia à primeira vista. A compra de peças e componentes no exterior, em substituição à produção local, significou cortes na utilização também de matérias-primas, como plástico, borracha, metais, devastando setores inteiros, fechando fábricas, cortando empregos – isto é, puxando a economia do país para o fosso. Além disso, a própria concentração dos empréstimos do BNDES a esses “compradores” implicou, na prática, em que as demais áreas e centenas de milhares de empresas continuassem às voltas com a falta de crédito.

fonte: www.horadopovo.com.br

Serra armou com Gilmar Dantas golpe para tumultuar eleição

Objetivo do pedido de vistas que paralisou o STF é retardar ao máximo o esclarecimento de qual documento afinal é necessário para se poder votar.
Até a eleição passada se podia votar com o título de eleitor ou com o RG (ou outro documento com foto). Depois a Justiça Eleitoral informou insistentemente pela televisão que os dois documentos seriam obrigatórios nesta eleição. E agora, na véspera, está tudo em suspenso. O que vale? Só o título? Só o RG? Qualquer um dos dois? Só os dois juntos?
O objetivo do golpe é confundir o eleitor e tumultuar as eleições que Serra e Gilmar sabem que estão perdidas.
Eles querem que o eleitor não vote para elevar ao máximo o número de abstenções, de impugnações, de recursos e bololô na justiça.
E a polícia onde está, que não prende essa escória?
Se o STF tiver bom senso e não quiser aumentar a confusão criada pela tramóia entre um juiz bandido e um candidato imundo, deve decidir logo que se possa votar como antes com qualquer um dos dois documentos.
E, como seguro morreu de velho, na hora de votar, todo mundo deve levar os dois.
Mas eles, Serra e Gilmar, estão muito enganados se acham que vão escapar dessa sem levar o merecido troco.

OBS: Gilmar Mendes, vulgo Gilmar Dantas, é o mesmo que tirou Daniel Dantas - sócio da família Serra em empresas fora do Brasil - da cadeia.

Clique para ler http://maierovitch.blog.terra.com.br/2010/09/30/nos-corredores-do-supremo-fala-se-em-impeachment-de-gilmar-mendes/

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Para mídia golpista, mentir é direito democrático mas criticá-la não

De repente, parece que aconteceu o milagre.
Toda aquela mídia que há 60 anos difama, calunia, injuria, em suma, mente, acoita ditaduras e faz campanhas contra qualquer um ou contra qualquer coisa progressista que surja no país, está protestando pela liberdade de imprensa, que, supostamente, estaria ameaçada – e isso no governo do presidente Lula, que pacientemente a suportou durante oito anos, apesar de todas as suas tentativas de golpe.
O presidente Lula falou algumas verdades. A saber (aqui está uma pequena contribuição para as futuras Obras Escolhidas do Presidente Lula):
“Dilma, nós não vamos derrotar apenas os tucanos, nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não têm coragem de dizer que são partido político e têm candidato. Eu estive lendo algumas revistas, sobretudo uma que eu não sei o nome dela, parece ‘Óia’. Ela destila ódio e mentira.
“Tem dia em que determinados setores da imprensa brasileira chegam a ser uma vergonha. De repente, o cabra que foi condenado por receptação e coação de testemunhas, só porque abre a boca para falar mal do governo e da Dilma, recebe as manchetes dos jornais.
“Eles não se conformam que o pobre não aceita mais o tal do formador de opinião pública. Que o pobre está conseguindo enxergar com seus olhos, pensar com a sua cabeça, pensar com a própria consciência, andar com as suas pernas e falar pelas suas próprias bocas, não precisa do tal do formador de opinião pública. Nós somos a opinião pública e nós mesmos nos formamos.
“Não são democratas, democrata é este governo que permite que lhe façam o que eles entenderem. Não sou eu quem vai censurar a imprensa. É o telespectador, o ouvinte e o leitor que vão escolher aquilo que presta e aquilo que não presta”.
Nada há em tudo o que reproduzimos que não seja verdade – e até foi dito de forma proporcionalmente moderada, se compararmos às mentiras que Lula estava rebatendo. Foi dito com justa indignação, mas sem ódio. E não há nada no que o presidente disse que não seja legítimo exercício do direito de crítica, isto é, exatamente, exercício do direito à liberdade de expressão.
Porém, essa mídia está revindicando o direito de ser incriticável, que criticá-la seja “atentado à liberdade de imprensa”. Em suma, esses democratas de latrina (desculpem as senhoras o termo chulo) estão propugnando, aos berros, a proibição das críticas a eles. Que possam fazer o que sempre fizeram – e ninguém possa reagir, nem ao menos responder, ainda que com meios quase infinitamente menos poderosos. Não é à toa que por pouco não enfiam na lei eleitoral um dispositivo proibindo portais e blogs da Internet durante a campanha – só não conseguiram porque o presidente Lula (sempre ele!) vetou esse artigo ao sancionar a lei 12.340/2009.
Nada disso é novo. O que é novo, talvez, é que hoje isso é cômico, mais do que ridículo. Não é, leitor, de morrer de rir, ver um mafioso fascistóide, um fracassado Berlusconi-mirim, como o Civita, achar que tem alguma chance de emplacar tal imbecilidade, quando ele, principal marketeiro do Serra, afundou o seu candidato (é verdade que com grande ajuda do próprio)?
O mais singular é que se há um governo do qual essa mídia não pode se queixar é do governo Lula – até sustentá-la, no momento em que ela está falida ou quase isso, com o maior naco de publicidade oficial, esse governo fez. Mas não adianta. Lula tem razão: eles não suportam ver no poder “um metalúrgico que não fala espanhol, não fala inglês, não fala francês e falava ‘menas laranja’...”. Muito menos suportam que esse metalúrgico seja bem sucedido como presidente da República. E não vão suportar uma mulher de personalidade continuar a obra do metalúrgico. Bem, nós diríamos que esse é um problema deles.
Por tentativa de golpe, o afável presidente Juscelino Kubitschek, modelo de tolerância citado até por essa mídia, baniu Lacerda da televisão e do rádio por alguns saudáveis anos – e ninguém reclamou, nem a UDN, pois ninguém queria aparecer como cúmplice de um golpista, isto é, do autor de um crime contra o país e o povo.
O presidente Lula tem se mostrado ainda mais tolerante do que Juscelino. Mas, naturalmente, não aceitou ser derrubado ou deixar que o país continuasse no abismo em que eles, Fernando Henrique, Serra e caterva o jogaram - ou reinstalá-los no poder nessas eleições.
Nisso consiste, precisamente, o problema deles: a falta de espaço na sociedade. Não porque algo ou alguém ameace a sua “liberdade”, inclusive a “liberdade” de mentir, mas porque eles não conseguem mais impor ao país e ao povo a sua ditadura, mesmo soltos para mentir, difamar e caluniar.
Naturalmente, na medida em que seu espaço diminui, ficam mais histéricos, mais sem limite, e, em alguns momentos, pelo desespero, algo perigosos - como acontece com ratos acuados num buraco cada vez menor. Mas isso não apaga o fato de que tudo isso são sinais reveladores de sua crescente impotência.
Que o enfadonho Serra (como diz o “The Independent”, jornal que é inglês, mas não é burro) e mais alguns carcomidos fiquem do lado dessa mídia contra o país e o povo, isso significa apenas que estão no lugar onde sempre estiveram : contra o Brasil e o povo brasileiro. (C.L.)

Publicado na Hora do Povo, edição 2.902